domingo, 12 de abril de 2015

Atividade sobre crônica - relato de viagem (Carta de Pero Vaz de Caminha)



Leia abaixo um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha e responsa às questões que seguem:

Senhor,
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa.
Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos – terra que nos parecia muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. [...]
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro – o que d’Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio
de 1500.

1. Qual é o objetivo comunicativo desse texto?
A) Contar uma história.
B) Dar uma informação.
C) Fazer um relato.
D) Divulgar um lugar.
E) Ensinar um procedimento.
RESPOSTA

2. Em relação à descrição do lugar, o narrador desse texto demonstra um sentimento de
A) contemplação.
B) desprezo.
C) esperança.
D) ironia.
E) preocupação.
RESPOSTA

3. Nesse texto, qual é a função da linguagem predominante?
A) Apelativa, porque o narrador tenta influenciar o receptor.
B) Emotiva, porque o narrador está em destaque.
C) Fática, porque chamar a atenção do leitor.
D) Metalinguística, porque o está centrado na própria linguagem.
E) Referencial, porque o narrador tem como foco o assunto do texto.
RESPOSTA
 
4. O trecho desse texto que revela uma opinião do narrador em relação à Ilha de Vera Cruz é:
A) “porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos”. (ℓ. 8)
B) “Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo”. (ℓ. 13-14)
C) “E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi.”. (ℓ. 19)
D) “Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.”. (ℓ. 20-21)
E) “tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for”. (ℓ. 22-23)
RESPOSTA
 
5. A palavra em destaque no trecho “Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar” (ℓ. 15) exprime uma
circunstância de
A) alternância.
B) comparação.
C) oposição.
D) explicação.
E) conclusão..
RESPOSTA
 
6. No trecho “E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe.” (ℓ. 19-20), a palavra em destaque refere-se
A) terra.
B) costa.
C) Vossa Alteza.
D) navegação.
E) Ilha de São Tomé.

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