domingo, 27 de janeiro de 2019
Proposta de discussão: "Brasil não aprendeu com tragédias do passado"
A partir da leitura dos texto abaixo e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: "O que o Brasil deve aprender com as tragédias ambientais?". Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
"Uma barragem que retinha resíduos de mineração de ferro estourou no Brasil — de novo". Esta frase é o título de uma reportagem publicada pelo site jornalístico Quartz sobre a tragédia em Brumadinho, e resume a percepção internacional sobre o caso.
Visto de fora, o desastre é uma repetição do passado trágico de Mariana, e mostra que o Brasil parece não ter aprendido as lições que deveriam ter saído do que em 2005 foi visto como "apocalíptico", mas totalmente possível de evitar.
"O desastre é a repetição de um pesadelo para a região: outra barragem de mineração estourou três anos antes, a apenas 75 quilômetros de distância, no mesmo estado de Minas Gerais, matando 19 pessoas e causando o que é considerado o pior desastre ambiental da história do Brasil", explica o Quartz.
A ideia de repetição aparece em quase todas as reportagens sobre o caso na imprensa internacional — e o caso ganhou atenção em todos os principais veículos da mídia estrangeira, com publicação de reportagens e dezenas de fotos e vídeos que ampliam ainda mais a visibilidade global da tragédia.
Por mais que a cobertura inicial esteja mais presa à narrativa do que aconteceu, com poucas análises mais aprofundadas, a comparação inevitável com a tragédia de Mariana reforça a ideia de que o país mais uma vez deixou que o era evitável acontecesse.
A tendência é que Brumadinho tenha um impacto tão negativo para a imagem do Brasil quanto a tragédia de Mariana, que em 2015 foi vista como um dos principais fatores que pioraram a reputação do país no resto do mundo. Com a ideia de repetição de tragédias, Brumadinho pode ter um saldo ainda pior.
Observando em retrospecto, foi possível ver que o desastre em Mariana acabou sendo um dos assuntos relacionados ao Brasil com maior evidência no resto do mundo em 2015. Na época, em meio à crise, ele se juntou a reportagens sobre turbulências políticas e econômicas em um ano de más notícias sobre o país, que parecia afundar no lamaçal, como retratou uma capa da revista "The Economist".
Poucos dias após o desastre, já era possível encontrar mais de mil menções ao caso em outros idiomas, além do português. Na ocasião, análises detalhadas dos impactos ambientais, sociais, políticos e econômicos do rompimento da barragem dominaram a atenção do resto do mundo, e um dos principais focos da análise estrangeira era a busca por responsáveis pelo desastre. O caso era associado frequentemente às ideias de "negligência e erro humano", como dizia uma das primeiras reportagens sobre o caso. É de se esperar um tom semelhante a respeito do caso de Brumadinho.
Além da ideia de repetição de tragédias, a atenção internacional também vai se voltar para a reação do governo recém-inaugurado de Jair Bolsonaro. Em 2015, a reação do governo de Dilma Rousseff foi vista como "caótica", e mostrou a falta de liderança no país. Agora, já se usa a ideia de que o caso vai ser um teste para Bolsonaro, especialmente pela atenção em torno da forma como o novo governo vai lidar com questões ambientais no país.
Por Daniel Buarque, In Blog do Brasilianismo
Aula de português: atividade sobre Texto Literário e Texto Não Literário (denotação e conotação)
Texto I - Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência (de uma das filiais do McDonald’s) deposita na calçada, dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba proporcionando um frequente e lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23/12/1992)
Texto II - O Bicho (Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
# Exercícios:
1. Os dois textos apresentam semelhança quanto ao conteúdo. Qual é essa semelhança?
2. O texto I, considerando o título, parece enfocar o quê?
a) homens se alimentam de lixo
b) sujeira que os mendigos deixam na rua
c) o McDonald´s deposita sacos de lixo na calçada
d) o caminhão da prefeitura recolhe o lixo
3. No Texto II, que sentimento do eu lírico se manifesta na expressão "meu Deus"?
a) crueldade
b) indignação
c) euforia
d) conformismo
4. Qual dos dois textos é literário? Por quê?
5. Qual é não literário? Por quê?
6. Explique a diferença entre sentido denotativo e sentido conotativo a partir do verso "Vi ontem um bicho".
7. Qual alternativa abaixo a palavra destacada foi empregada no sentido conotativo (figurado)?
a) "Dezenas deles vão ali revirar o material..."
b) "... deposita na calçada dezenas de sacos..."
c) "... deixando restos espalhados na calçada."
d) "... propiciando um lamentável banquete..."
8. Marque a afirmativa correta sobre o Texto II - "O bicho"
a) é gênero dramático
b) é gênero narrativo
c) é gênero lírico
d) é gênero jornalístico
# Explique sua resposta:
9. No texto I, foi empregada uma palavra em que houve alteração na grafia após o Novo Acordo Ortográfico. Qual é essa palavra?
a) gerência
b) sanduíches
c) frequente
d) lamentável
# Explique sua resposta:
10. Sobre a variedade linguística utilizada nos dois textos, foi empregada com predominância
a) a variedade padrão em ambos os textos
b) a variedade não padrão em ambos os textos
c) a variedade literária nos dois textos
d) a variedade jornalística nos dois textos
Fonte: Português: Linguagens
# RESPOSTAS (GABARITO)
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