domingo, 25 de fevereiro de 2018

Atividade sobre texto argumentativo - "Piercing: você deixaria seu filho usar?"



Leia o texto abaixo escrito pelo engenheiro Haylton Santos, 48 anos e pai de três filhas, a pedido da revista "Pais e Filhos" sobre o assunto "Body piercing: você deixaria seu filho usar?":

"Não"

O uso do piercing me passa a ideia do “ter que ter”, do ter que usar “porque minha tribo está usando”. Algo como a caneta Montblanc para os executivos.

Mesmo pensando na questão por um ângulo puramente estético, o piercing não me agrada. Eu ainda prefiro, por exemplo, os inúmeros aros no pescoço das africanas, ou os ossos e argolas dos poucos índios que nos restam. Além de me parecerem mais consistentes em sua beleza particular, tais enfeites têm significado cultural que ultrapassa uma fase de vida.

Sabemos que as nossas tribos adolescentes não duram mais que alguns anos e que cada indivíduo deverá se inserir em muitas outras “tribos” ao longo de sua vida. As cicatrizes permanentes que os fetiches adolescentes dos últimos tempos têm acarretado (tatuagens, piercings ou cicatrizações) aumentam a responsabilidade dos adultos, no sentido de reforçar no jovem a informação e o compromisso consciente com suas escolhas, além do imediato e dos modismos, mesmo que seja um simples piercing ( simples mesmo?). Tais escolhas passam também pelas questões relativas à saúde, hoje cada vez mais entendida como um valor cultural. Também me parece que, além de deixar uma marca indelével, o piercing – dependendo do lugar em que for colocado – não é propriamente higiênico.

Alguns entendem o uso de enfeites perfurando o corpo como manifestação do antagonismo próprio do adolescente, questionamento ou crítica à sociedade, ou tentativa de chocar. Para mim, isso carece de solidez: tem mais jeito de regras e normas, ou apego exagerado ao modismo. O espírito transformador e crítico é a colaboração mais rica que a juventude tem para dar à sociedade. Sociedade que pede, hoje, atitudes prioritárias em relação à AIDS, às drogas e à responsabilidade social, por parte de jovens mais autônomos e mais conscientes.

Afinal... eu não gostaria que minhas filhas usassem piercings, porque é um símbolo que definitivamente não me atrai. Mas como essa é uma opinião pessoal, se alguma delas insistir em pendurá-los pelo corpo, eu de minha parte vou continuar usando minha caneta Bic, ou outra qualquer que estiver à mão.
 (Haylton Santos. Revista Pais e Filhos)

# Exercícios:
1. Ao comparar o uso de piercing entre jovens ao uso da caneta Montblanc entre os executivos, o que significa para o autor do texto o uso de piercing?

2. Depois de apresentar seu ponto de vista, o autor procura fundamentá-lo com argumentos. Para isso, ele cria três parágrafos de desenvolvimento das ideias e, em cada um, aborda um aspecto. No 2º parágrafo, por exemplo, o autor trata dos piercings do ponto de vista estético. Qual é a opinião dele?

3. No 3º parágrafo, o autor vê dois tipos de perigo que envolvem o uso de piercing. Quais são eles?

4. Há quem compreenda o uso de piercing como uma forma de a juventude expressar sua rebeldia contra os valores sociais. Teria o mesmo valor que tinham os cabelos compridos para os jovens dos anos 60, por exemplo:
a) O autor concorda com esse ponto de vista?
b) Para ele, como o jovem poderia demonstrar de forma mais consciente seu desejo de transformação social?

5. Em textos argumentativos, é comum haver a conclusão, isto é, o fechamento das ideias do texto. Nela, geralmente o autor confirma seu ponto de vista. Observe o último parágrafo do texto.
a) O autor confirma nele sua opinião sobre o piercing, defendida no 1º parágrafo? 
b) Mesmo defendendo seu ponto de vista, ele se mostra autoritário ou liberal em relação às opções das filhas? 

6. Observe o tipo de linguagem empregada pelo autor.
a) Emprega-se a variedade padrão ou a variedade não padrão?
b) Considerando que o texto foi escrito para uma revista lida por jovens, pais, psicólogos e educadores, você considera a linguagem adequada? Por quê?

Fonte: "Português: linguagens"

# RESPOSTAS (GABARITO)

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Atividade sobre variedades linguísticas - Humor - "Assaltantes de várias regiões do país"



1. O texto de humor que segue foi veiculado na internet. Leia-o e responda às questões propostas.

Assaltante nordestino
-Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.

Assaltante mineiro
-Ô, sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passá logo os trocado que eu num tô tão bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!

Assaltante gaúcho
-ô, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pila pra cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

Assaltante carioca
-Seguinte, bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto...

Assaltante baiano
-ô, meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho...(longa pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... não esquenta meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante paulista
-Orra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu... 

1. O texto retrata várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou região diferente do país. A fala do assaltante tem sempre o mesmo conteúdo, enquanto o uso da linguagem e o modo como o assalto é conduzido mudam de uma situação para outra. Identifique em cada uma das cenas duas palavras ou expressões próprias do:
a) nordestino:
b) mineiro:
c) gaúcho:
d) carioca:
e) baiano:
f) paulista:

2. Além da linguagem, o texto também revela comportamentos ou hábitos que supostamente caracterizam o povo de diferentes estados ou regiões. O que caracteriza, por exemplo:
a) o nordestino?
b) o baiano?
c) o paulista?

Fonte: Português: Linguagens

# RESPOSTAS (GABARITO)

Atividade sobre variedades linguísticas - "Causo do Minerim"



O texto que segue, desprezando as normas da língua escrita, procura reproduzir o jeito como supostamente se fala em certas regiões de Minas Gerais. Sua finalidade, portanto, é estritamente humorística. Leia-o.

Causo de mineirim

Sapassado, era sessetembro, taveu na cozinha tomano uma picumel e cuzinhano um kidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascaí desusto quanduvi um barui vindedenduforno, parecenum tidiguerra. A receita mandopô midipipocadenda galinha prassá. O forno isquentô, o mistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei branco quineim um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei sem sabê dondecovim, proncovô, oncontô. Oiprocevê quelocura! Grazadeus ninguém semaxucô! (http//bacaninha.cidadeinternet.com.br/home/mensagens/engraçadas)

1. O texto lido faz uso de qual variedade linguística? variedade padrão ou variedade não padrão? Justifique sua resposta.

2. O texto apresenta aspectos interessantes de variação linguística. Que dialeto é utilizado para construir o texto?

3. Observando a escrita de certas palavras do texto, deduza: Como se caracteriza esse dialeto?

4. Também é possível observar no texto variações de registro, especialmente quanto ao modo de expressão. O texto apresenta marcas da linguagem escrita ou da linguagem oral? Dê exemplos que justifiquem sua resposta.

5. No trecho "Foi um trem doido demais", a expressão "um trem" possui o mesmo sentido de
a) uma locomotiva
b) algum objeto
c) um acontecimento
d) um treco

6. Reescreva o texto passando para a variedade padrão da língua.

Fonte: Português: Linguagens

# RESPOSTAS (GABARITO)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Como lidar com o aluno "palhaço” - disciplina em sala de aula



Quase todas as classes tem um palhaço – aquele aluno que sempre faz ou diz algo que chama a atenção para si mesmo. Determinado a ser o centro das atenções, ele persiste com suas piadas ou respostas inteligentes até que finalmente recebe a atenção que deseja. Em situações extremas, o seu comportamento acaba incentivando outros alunos a seguir seu exemplo e se envolverem em brincadeiras .

Embora outras crianças pensem que o palhaço da turma é engraçado – e sua reação a ele muitas vezes reforça o seu comportamento – o professor raramente vê esta situação como uma coisa engraçada. Isso porque as palhaçadas muitas vezes interrompem a aula e interferem com as lições. O palhaço da turma é perito em chamar a atenção dos outros alunos impedindo a concentração nas atividades escolares. No processo, ele muitas vezes não consegue fazer as suas próprias tarefas pois utiliza o tempo para divertir a turma.

Repreensões muitas vezes têm pouco impacto sobre o palhaço da turma. Com efeito, ele pode até desfrutar da atenção, mesmo que seja sob a forma de um comentário negativo. Embora possa ser possível ignorar algumas de suas travessuras menos perturbadoras, o Professor precisará ser mais ágil e estar atento quando observar que os gracejos do palhaço está desviando a atenção dos outros alunos.

O QUE VOCÊ PODE FAZER

Ter uma conversa cara-a-cara com o aluno. Levar o aluno de lado e perguntar por que ele está agindo desta forma. Faça isso de uma maneira calma, emocionalmente neutra – sem raiva ou sarcasmo – para que ele sinta-se confortável falando com você. Deixe os comentários dele orientar a sua resposta, o que pode incluir um simples apelo, da sua parte, para que ele coopere com você, ajudando o aluno a entender que seu comportamento interfere com o andamento da sala de aula e com o aprendizado dos alunos. Deixe-o saber que há um tempo e lugar para palhaçadas e suas aulas não são nem o tempo nem o lugar.

Desenvolver um sinal não-verbal para alertar o aluno quando o seu comportamento cruzar a linha do aceitável. O aluno pode precisar de sua orientação – talvez um sinal não-verbal simples – para desenvolver o autocontrole e aprender quando parar. Fale com ele em particular e decida sobre um sinal que será dado quando você observar que ele vai aprontar. Algumas possibilidades incluem uma pausa enquanto estiver falando, levantar as sobrancelhas, menear a cabeça. Talvez, ainda, seja necessário dizer o nome dele para chamar sua atenção antes de sinalizar a ele, entretanto não pare a aula para a repreendê-lo. A idéia é fornecer um lembrete sem interromper o fluxo de sua lição.

Afaste o público do palhaço – O palhaço da turma, sentir-se-á muito seguro se tiver outros alunos dando-lhe atenção. Você pode reduzir o impacto das palhaçadas se conversar e conscientizar a turma das consequências que essas interrupções estão acarretando para o aprendizado deles. Encontre um momento em que o aluno esteja fora da sala e converse brevemente com a turma, pedindo-lhes a cooperação para não corresponderem às brincadeiras, gracejos e palhaçadas. Se os alunos cooperam, certifique-se de fazer o mesmo e seguir em frente com as lições e atividades do dia.

Fique perto do aluno. Se você já observa que o aluno que faz as palhaçadas está fazendo mençao de levantar-se para fazer algo, procure deslocar-se em sua direção. Não pare sua aula, se estiver explicando algo, continue, porém, dirija-se até o aluno mantendo contato visual com ele por um minuto ou dois. Sua presença, provavelmente, será suficiente para acalmá-lo e dissuadí-lo. Em geral, deslocar-se de forma imprevisível é uma excelente tática para ser utilizada durante as aulas.

Proporcione ao aluno atenção positiva. Se você concluir que o comportamento do aluno que faz as palhaçadas é destinado a obter a sua atenção ou dos colegas, procure oportunidades para prestar atenção quando ele exibe um comportamento positivo ou apresenta bom desempenho em suas tarefas. Assim, você encontra outras maneiras de destacar suas realizações para a turma, focando a atenção para comportamentos positivos, isso pode contribuir para que o aluno fique menos compelido a utilizar de táticas inadequadas para chamar a atenção de forma incorreta.

Identificar os momentos das palhaçadas. Observe as circunstâncias do comportamento dos alunos. Preste atenção ao que acontece antes e depois dos incidentes, quando estes geralmente ocorrem, e onde os alunos estão. Você pode observar que suas travessuras são piores em determinados momentos do dia – durante uma aula em particular, no dia que antecede as provas, ou nos períodos de apresentação de seminários, por exemplo. Reconhecer quando esse aluno está fazendo as palhaçadas pode levar você a entender por que ele está fazendo isso. Ele poderia estar atuando porque acha que as atividades são chatas, tediosas ou ainda difíceis.Ele pode sentir-se confuso sobre o que fazer, ou porque tem dificuldade de se concentrar por um período de tempo. Identificar a razão para esse comportamento poderia sugerir a necessidade de ajustar o nível de desafio das atividades, a duração ou o modo de apresentar as lições.

Palco Dirigido – As palhaçadas só são negativas quando atrapalham a aula e provocam situações de indisciplina e desordem, e isso ocorre quando o aluno palhaço está no controle. Porém há uma outra maneira do Professor assumir esta posição: assumindo o controle de quando ocorrerão os momentos de “ palco” , ou seja, aqueles momentos onde serão permitidos mais livremente, as brincadeiras e colocações humorísticas. Para isso o Professor deve selecionar atividades em que os alunos, e neste caso, todos os alunos, terão o seu momento de exibição e expressão e isso é possível em qualquer disciplina e com qualquer conteúdo.

Considere aplicar as conseqüências. Se o problema persistir, dar ao estudante um aviso e, em seguida, fornecer uma conseqüência. Algumas medidas disciplinares possíveis incluem perder parte do intervalo , perder um privilégio ou desenvolver algum serviço voluntário dentro da Escola, tudo previamente definido com Coordenação/Direção e notificado aos Pais e Alunos no início do ano.

Fonte: site sosprofessor.com.br