segunda-feira, 23 de junho de 2014
Atividade para Copa do Mundo com o conto "O dono da bola", de Ruth Rocha
Atividade para aula de língua portuguesa/literatura a partir da leitura e interpretação do conto "O dono da bola", de Ruth Rocha
Leia o conto abaixo:
"O dono da bola", Ruth Rocha
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo...
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga, carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.
E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!
# Exercícios:
1) Quem é o protagonista, isto é, o personagem principal da história?
2) Quem narra a história participa dela ou não?
3) Carlos Alberto costumava fazer chantagem e impor condições para emprestar sua bola de couro. Comprove a afirmação com uma frase retirada do texto.
4) Qual era a finalidade da reunião que Catapimba, o secretário do time, resolveu fazer?
5) Qual era o nome do time?
6) Ao final, o time saiu campeão. Se Carlos Alberto tivesse continuado com o mesmo comportamento de antes, tu achas que o time sairia vitorioso? Justifique sua resposta.
7) Relacione as ações às reações dos personagens:
(1) O juiz marca falta.
(2) Catapimba fez uma reunião para resolver o problema.
(3) Caloca se arrepende e pede para voltar ao time.
(4) O time conquista a vitória no campeonato.
( ) Caloca retira-se do time, isolando-se dos colegas.
( ) Todos se abraçam e gritam “viva”.
( ) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!”
( ) Os colegas recebem Caloca de volta ao time.
8) Carlos Alberto apresenta características diferentes no decorrer dos três momentos da narrativa. Faça a devida associação:
(1) 1° momento (2) 2° momento (3) 3° momento
( ) solitário ( ) briguento ( ) cooperativo
( ) egoísta ( ) zangado ( ) arrependido
( ) chantagista ( ) amigável ( ) encrenqueiro
9. Relacione o tema da história do texto com o fato de a Copa do Mundo de futebol neste ano ser realizada no Brasil.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Interpretação de Texto | Sabe o Português?
Sabe o Português?
[...] temos muitos modos. Mas não só modos de boa educação, daqueles que sua mãe aconselha a mostrar às visitas; e sim modos verbais. Dispomos de três, cada qual subdividido em tempos: indicativo, subjuntivo e imperativo - o menos usado e mais legal. Ou você não acharia o máximo dizer "faze tu!" quando seu irmão pede alguma coisa?
Mas vamos nos ater ao indicativo, que exprime algo certo. Nele, conjugamos em seis tempos: presente (ok), pretérito imperfeito (que não trata necessariamente de um passado maculado), pretérito perfeito (tampouco se refere a uma biografia certinha), pretérito mais-que-perfeito (mania de grandeza!), futuro do presente (eu pensava "mas, afinal, isso é futuro ou presente?") e, pasme, futuro do pretérito (que embananou de vez minha cabeça ginasial).
Portanto, irmão em língua, conjuguemos. Eu conjugo, tu conjugas, ele conjuga. Nós conjugamos, vós conjugais, eles conjugam. Fácil, pois trata-se de um verbo regular de primeira conjugação. É só trocar por qualquer outra ação terminada em -ar e copiar os finais: eu copio, tu copias, ele copia. Nós copiamos, vós copiais, eles copiam.
A não ser que o verbo em questão seja irregular. Alguns nem chegam a mudar tanto, mas outros só podem estar de sacanagem. Como o verbo ir. Tão pequeno e tão feroz, o danado é uma anomalia. Literalmente: ir é um verbo anômalo, ou seja, tem mais de um radical quando conjugado. Vejamos, em rápido passeio pelos tempos: eu vou, eu ia, eu fui, eu fora, eu irei, eu iria. Que vá você. Se eu fosse. Quando eu for. Não vás. Ou vá, você é quem sabe! Já podia ter ido. Eu tô indo. E pensar que chegamos à escola já intuindo boa parte disso. Por isso que eu digo: Português é para os fortes.
PASSOS. Clarissa. Garotas que dizem ni!
Disponível em: <web.archive.org/web/2005111523051O/http://www.garotasquedizemni.
com/archives/00150Ll.php>. Acesso em: 6 jun. 2013. (Fragmento).
1. O texto trata das dificuldades existentes, na língua portuguesa, no aprendizado dos verbos e das noções a eles associadas. Quais são essas dificuldades?
> Por que, segundo a autora do texto, o Imperativo é o modo "mais legal"?
2. Ao tratar dos verbos regulares e irregulares, a autora destaca que alguns oferecem menor dificuldade de conjugação. Quais deles são mais fáceis de conjugar? Por quê?
a) Como a autora exemplifica essa facilidade?
b) Por que, do ponto de vista gramatical, os verbos irregulares ou anômalos são mais difíceis de serem conjugados?
3. A autora se refere ao verbo ir como uma anomalia. Explique por quê.
a) Algumas das formas do verbo ir identificam-se com outras do verbo ser. Do texto apresentado, transcreva as passagens em que isso ocorre. '
b) Do ponto de vista gramatical, como pode ser explicada essa identidade formal entre esses dois verbos, nas passagens identificadas? Apresente exemplos de frases em que se verifique essa igualdade.
# RESPOSTAS (GABARITO)
Fonte: Português - Contexto, Interlocução e Sentido | Editora Moderna
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