sexta-feira, 8 de maio de 2020

Atividade sobre o romance "A escrava Isaura", de Bernardo Guimarães




Leia o trecho do romance "A escrava Isaura", do escritor romântico Bernardo Guimarães

 “Leôncio achara desde a infância nas larguezas e facilidades de seus pais amplos meios de corromper o coração e extraviar a inteligência. Mau aluno e criança incorrigível, turbulento e insubordinado, andou de colégio em colégio e passou como   gato por brasas por cima de todos os preparatórios, cujos exames, todavia, sempre salvara à sombra do patronato. Os mestres não se atreviam a dar ao nobre e munífico comendador o desgosto de ver seu filho reprovado. Matriculado na escola de medicina logo no primeiro ano enjoou-se daquela disciplina, e como seus pais não sabiam contrariá-lo, foi para Olinda a fim de frequentar o curso jurídico. Ali, depois de ter dissipado não pequena porção da fortuna paterna na satisfação de todos os seus vícios e loucas fantasias, tomou tédio também aos estudos jurídicos e ficou entendendo que só na Europa poderia desenvolver dignamente a sua inteligência e saciar a sua sede de saber, em puros e abundantes mananciais. Assim escreveu ao pai, que deu-lhe crédito e o enviou a Paris, donde esperava vê-lo voltar feito um novo Humboldt. Instalado naquele vasto pandemônio do luxo e dos prazeres, Leôncio, raras vezes, e só por desfastio, ia ouvir as eloquentes preleções dos exímios professores da época e nem tampouco era visto nos museus, institutos e bibliotecas. Em compensação era assíduo frequentador do Jardim Mabile, assim como de todos os cafés e teatros mais em voga, e tornara-se um dos mais afamados e elegantes leões dos bulevares”.

01.  O tema do texto é:
A)   A descrição do caráter de Leôncio, tomando como exemplo sua conduta quando criança e adolescente.
B)   A maneira eficaz dos pais educarem seu filho único, não esquecendo de repassar a ele valores como ética, nacionalismo, amor aos pais.
C)   A situação precária do ensino no país que forçou os pais de Leôncio a patrocinarem seus estudos em Paris.
D)   A preocupação dos pais de Leôncio em relação a sua educação, primando sempre por boas universidades e professores de excelência.
E)   A triste situação de Leôncio que, desde cedo, teve que se separar dos pais para estudar fora do país.

02.  Em “(…) andou de colégio em colégio e passou como gato por brasas por cima de todos os preparatórios (…)”, a expressão "gato por brasas" tem o sentido de:
A)   Passou, com muito esmero, por cima de todos os preparatórios.
B)   Passou, conforme a maioria dos alunos, por cima de todos os preparatórios.
C)   Passou, de maneira abrupta, por cima de todos os preparatórios.
D)   Passou, de maneira superficial, por cima de todos os preparatórios.
E)   Passou, de modo discreto, por cima de todos os preparatórios.

03.  O trecho “(…)Leôncio, raras vezes, e só por desfastio, ia ouvir as eloquentes preleções dos exímios professores da época e nem tampouco era visto nos museus, institutos e bibliotecas.” refere-se:
A)   À falta de interesse de Leôncio no que diz respeito aos estudos e ao conhecimento.
B)   À necessidade que Leôncio tinha em ouvir as palestras de seus professores.
C)  Ao excesso de confiança de Leôncio em seus conhecimentos, acreditando não seu necessária tanta dedicação.
D)   Ao fato de Leôncio não entender as aulas ministradas e preferir afastar-se do ambiente acadêmico.
E)  Ao número excessivo de vezes que Leôncio era visto nos ambientes culturais da cidade.

4. A linguagem empregada no texto é lido é predominantemente
a) informal
b) culta
c) coloquial
d) jornalística

5. No trecho "... esperava vê-lo voltar feito um novo Humboldt", o pronome "lo" se refere
a) ao mestre
b) ao pai
c) ao Leôncio
d) a Humboldt

6. No trecho "... e passou como gato por brasas por cima de todos os preparatórios", a conjunção "como" indica ideia de
a) finalidade
b) causa
c) conformidade
d) comparação

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