Duas visões sobre “O Senhor dos Anéis, parte 2”.
Texto 1
Continua sendo a saga de Frodo Bolseiro e seus amigos – Sam,
Aragorn, Legolas e Gimli. [...] Estabelece-se no segundo filme, a ligação entre
Frodo e o Gollum, que não é outro senão Sméagol, corrompido pela força
destrutiva do anel. Gollum/Sméagol é um prodígio de técnica, um ser virtual
criado no computador a partir de interpretação de um ator, Andy Serkis. Como no
primeiro filme, a técnica é grandiosa, mas não é o que importa. É colocada
totalmente a serviço da história. Desde que os hippies começaram a viajar na
saga de Frodo, nos anos 1960, muita gente colocou a etiqueta do ‘esoterismo’ na
obra de Tolkien. É um movimento reducionista, de quem nunca leu, ou leu só
superficialmente, a série de livros. Jackson tomou muita liberdade em relação
ao original. O filme é uma experiência e tanto, ética, estética, humanística.
Trata de todos os temas: amizade, amor, ambição, honra, dedicação, coragem,
vida e morte. Incorpora o próprio elemento narrativo, na medida em que Frodo e
Sam, no fim, sonham com suas aventuras imortalizadas na imaginação popular. Até
ao afastar-se do Tolkien, Jackson é fiel ao autor. Criou um movimento que
justifica sozinho, o cinemão.
Texto 2
O Senhor dos Anéis tem dois tipos de espectadores: os tolkienmaníacos
e os outros. Os primeiros, calejados na leitura do universo delirante de J. R.
R. Tolkien, chegam preparados para qualquer eventualidade, pois estão
familiarizados com o mundo mágico do autor. O filme terá para eles valor
ilustrativo. Dos segundos, que não têm intimidade com topônimos e seres como
Isengard, ents, hobbits, elfos e orgs, será exigido esforço maior. Peter
Jackson [...] realizou com folgas um épico de visual suntuoso. Neste segundo episódio,
já fenômeno de bilheteria, a ênfase é nas batalhas. Para quem se impressiona com
combates digitais, trata-se de um prato e tanto. Já a narrativa, que afinal tem
de evoluir entre uma batalha e outra, parece bem mais modesta. Vista de perto,
descobre-se a velha e boa estrutura formal que se convencionou chamar de
‘jornada do herói’, com o protagonista sendo lançado à aventura, hesitando, correndo
riscos, encontrando antagonistas e aliados e depois salvando o mundo e a si
mesmo. Luta do Bom contra o Mal, à moda do presidente Bush. Ou seja, muito barulho
por nada.
(O Estado de S. Paulo, 27 dez.
2002.)
# Exercícios:
1. Sobre o filme O
Senhor dos Anéis, esses dois textos apresentam opiniões
A) diferentes.
B) emotivas.
C) iguais.
D) imparciais.
E) incoerentes.
2. No Texto 1, o trecho que apresenta um dos argumentos que
sustenta a opinião do autor sobre a qualidade do filme O Senhor dos Anéis é:
A) “Estabelece-se no segundo filme, a ligação entre Frodo e
o Gollum,...”. (ℓ. 2)
B) “... um ser virtual criado no computador a partir de
interpretação de um ator,...”. (ℓ. 4)
C) “Desde que os hippies começaram a viajar na saga de
Frodo, nos anos 1960, muita gente colocou a etiqueta do ‘esoterismo’ na obra de
Tolkien.”. (ℓ. 6-7)
D) “Jackson tomou muita liberdade em relação ao original.”.
(ℓ. 9)
E) “Incorpora o próprio elemento narrativo, na medida em que
Frodo e Sam, no fim, sonham com suas aventuras imortalizadas na imaginação...”.
(ℓ. 11-12)
3. No Texto 1, o trecho que apresenta um fato sobre o filme
O Senhor dos Anéis é:
A) “Continua sendo a saga de Frodo Bolseiro e seus
amigos...”. (ℓ. 1)
B) “Como no primeiro filme, a técnica é grandiosa, mas não é
o que importa.”. (ℓ. 4-5)
C) “O filme é uma experiência e tanto, ética, estética,
humanística.”. (ℓ. 9-10)
D) “Até ao afastar-se do Tolkien, Jackson é fiel ao autor.”.
(ℓ. 13)
E) “Criou um movimento que justifica sozinho, o cinemão.”.
(ℓ. 13-14)
4. O Texto 2 tem como finalidade
A) contar uma história.
B) dar uma informação.
C) divulgar um filme.
D) fazer uma análise crítica.
E) relatar um acontecimento.
5. Segundo o Texto 2, para os tolkienmaníacos, o filme O
Senhor dos Anéis
A) exigirá um esforço maior.
B) será meramente ilustrativo.
C) será uma eventualidade.
D) trará uma leitura delirante.
E) tratará de combates digitais.
6. No Texto 2, no trecho “Para quem se impressiona com
combates digitais, trata-se de um prato e tanto.” , a expressão destaca foi
usada para
A) apresentar um exagero.
B) destacar uma qualidade.
C) fazer uma comparação.
D) intensificar uma informação.
E) marcar um duplo sentido.
7. No Texto 2, no trecho “... preparados para qualquer
eventualidade, pois estão familiarizados com o mundo mágico...” (ℓ.
2-3), a palavra destacada estabelece uma relação de
A) alternância.
B) condição.
C) explicação.
D) finalidade.
E) oposição.
# GABARITO (RESPOSTAS)
Muito boa a atividade. Como conseguir o gabarito?
ResponderExcluirOlá, professor Diogo!
ResponderExcluirO blog é excelente! Parabéns!
Creio que o gabarito esteja trocado e o correto seja:
# Respostas:
1. A
2. E
3. A
4. D
5. B
6. D
7. C
Um abraço!