O bons jornais e revistas do país costumam veicular em sua seção cultural textos de avaliação crítica, chamados "resenha crítica" ou simplesmente "crítica". O objetivo desse gênero textual é apresentar aos leitores um conjunto de informações a respeito de um objeto cultural - livro, disco, filme, peça teatral, exposição de arte, show, etc. - e fazer uma avaliação de sua qualidade.
Leia a crítica a seguir, sobre o álbum "Joanne", de Lady Gaga:
'Joanne' leva Lady Gaga ao country e ao soul, mas falta sutileza
Ela troca electropop por bons arranjos orgânicos, mas voz exagerada domina. Ao variar estilos, ela pode atrair novos fãs, mas às vezes cai no pastiche.
Lady Gaga é um pouco menos Lady Gaga em sua fase "Joanne". Saem de cena os figurinos extravagantes, os vídeos superproduzidos e as batidas eletrônicas arrasa-quarteirão. Ela chega pouco montada, no som e no visual, para seu quinto álbum. Gaga está mais Stefani Germanotta - seu nome de batismo. Mas a produção mais delicada contrasta com a voz e a interpretação, ainda no estilo exagerado de antes.
As companhias também mudaram. Ela se cerca de músicos com moral na crítica. O produtor Mark Ronson (de Amy Winehouse e do hit "Uptown funk") é o principal parceiro. Beck, Florence and the Machine, Father John Misty, Josh Homme (Queens of the Stone Age) e Kevin Parker (Tame Impala) deixam "Joanne" mais orgânico, com mais instrumentos "de verdade".
Até o sotaque é diferente. A novaiorquina emula uma caipira em "A-Yo", que tem guitarras country e levada soul dançante - essa mistura é a mais presente no disco. Para equilibrar, o produtor BloodPop (de Justin Bieber) dá pitadas de efeitos para que "Joanne" seja menos retrô. Felizmente, há mais boas ideias do que no repetitivo primeiro single "Perfect illusion".
A parceria com Florence, "Hey girl", teria cenário numa boate de Nova York nos anos 70. Os sintetizadores carregam demais na tinta retrô. Florence, com voz mais adequada a uma faixa assim, soa melhor. Por outro lado, a letra mundana sobre ajuda entre mulheres tem mais a ver com Gaga que a convidada. Em geral, a faixa é inferior ao potencial das duas, infelizmente.
A impressão é de que essa fase de Lady Gaga à paisana é só mais uma fantasia dela - que nem é a das mais convincentes, mesmo com vários elementos acertados. "Joanne" acaba tendo uma coisa ou outra capaz de agradar todo mundo, "little monster" ou não. Vai ter muito "hater" curtindo Lady Gaga sem querer por aí.
Fonte: Rodrigo Ortega, site G1
# Exercícios:
1. O que a resenha crítica lida informa quanto á produção do álbum de Lady Gaga?
2. Na crítica ao álbum "Joanne", de Gaga:
a) O parecer do crítico é positivo ou negativo?
b) Que faixas do álbum parece ter impressionado mais o crítico?
c) O crítico procura identificar eventuais influências sobre o trabalho de Gaga?
3. Observe a linguagem do texto.
a) Em que tempo e modo estão predominantemente os verbos? Justifique sua resposta com exemplos do texto.
b) O que justifica essa escolha de tempo e modo verbal?
c) Que variedade linguística é utilizada: padrão ou não padrão? Justifique.
d) A variedade linguística empregada está adequada ao público alvo? Por quê?
4. A crítica é um gênero da família dos gêneros argumentativos, pois sua finalidade principal, além de informar, é convencer o leitor.
a) Na sua opinião, o autor do texto foi persuasivo? Por quê?
b) Em seu posicionamento crítico, o autor do texto conseguiu se manter impessoal ou deixou transparecer traços do seu gosto pessoal?
5. Observe o título e o subtítulo do texto.
a) Eles se referem a características do álbum enfatizado no texto?
b) Como resultado final, você considera o título e o subtítulo atraentes? Por quê?
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