# Respostas:
1. Os versos referem-se à classificação gramatical do substantivo.
2. Logo no início do poema, o eu lírico expressa sua preferência pelas coisas (cousas). Isso porque, segundo ele, “As pessoas atrapalham. Estão em toda parte./Multiplicam-se em excesso./As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém [...]” As cousas vivem metidas com as suas cousas”.
3. Essa linguagem seria composta apenas de adjetivos sem necessidade de referencial: “Eu sonho / Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos / Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais”. Leve a turma a refletir que nesses versos o eu lírico retoma a preferência pelo adjetivo (“Basta provares o seu gosto…”) em relação ao substantivo (“Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido”).
4. Porque, para ele, os adjetivos têm em sua essência as sensações e não dependem do sentido relacionado aos objetos. Assim, o sentido do adjetivo é a essência de própria constituição.
5. O paladar. As palavras do poema idealizado surtiriam um efeito poderoso antes mesmo de o leitor conhecer o seu sentido. Esse poema deve ter sentidos ocultos a serem vivenciados. (“Eu sonho com um poema / Cujas palavras sumarentas escorram / Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, / Um poema que te mate de amor / Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: / Basta provares o seu gosto...”)
6. Função emotiva ou expressiva: o eu-lírico expressa sentimentos e impressões a respeito das pessoas, das coisas, e de seu próprio ofício. Função poética ou estética: emprego de diferentes recursos poéticos como exploração dos sentidos, sonoridade e ritmo das palavras. Função metalínguística: o poema discute o fazer poético, conceitos da gramática, como a classificação e a função de classes de palavras na construção do texto poético. “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica/Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” Função apelativa ou conativa: busca persuadir o leitor de que o poema ideal seria construído com adjetivos. Leve os alunos a fazer a seguinte analogia: as palavras, por exemplo, pudim, sorvete, barra de chocolate, nos remetem mais ao gosto, às sensações gustativas do que àquilo que nomeiam. Assim, as coisas valem menos que o prazer que elas proporcionam.